20 de janeiro de 2011

Na Bahia de todos nós que vai seguir mudando, as MULHERES ESTÃO AUSENTES.

"As mulheres representam 53% da população votante deste Estado, mas não somos representadas neste Governo, hoje o Governador divulgou os nomes de 15 Secretários, e apenas um secretária será comandada por mulher. " Rose Rozendo 

O governo Jaques Wagner, com as suas peculiaridades, está repetindo o mesmo formato do mandato anterior ao excluir mulheres dos cargos de primeiro escalão. Até o momento temos apenas a Secretaria da Casa Civil com Eva Maria Dal Chiavon, e a sinalização de uma outra Secretaria, que segundo alguns comentários, teria que ser gerida preferencialmente por um perfil - “mulher e negra”. Esta mesma Secretaria (Sepromi) carece de estrutura física e administrativa, com um orçamento que não atende às demandas das suas atividades, logicamente quem assumir terá dificuldade em cumprir o seu papel mesmo que faça um esforço hercúleo, a exemplo do que aconteceu nos últimos 4 anos. 
Ironicamente a Secretaria mencionada acima com pouca infra-estrutura e orçamento escasso está sendo disputada por dois parlamentares negros, que estão numa queda de braço para ver quem vence. Mas vencer o que? As grandes secretarias já foram entregues para seus destinatários. Ou serão donatários? O discurso do governo é de representar as minorias e governar para todos, mas esta não é a realidade dos fatos citados acima. Numa sociedade ainda tão desigual para mulheres, negros, indígenas e outras minorias, esta disputa evidencia as desigualdades raciais e de gênero dentro das instituições governamentais. Ou será que o racismo e o sexismo mudaram de roupa, fizeram uma nova maquiagem, mas continuam atuando de modo perverso e impiedoso? 

O que será que isso significa? Qual o motivo que leva a essa atitude? 

Será que estamos vivenciando no presente fatos da história quando em diversas situações as pessoas negras e também as mulheres eram submetidas a tarefas sobre-humanas acreditando na sua força e na sua vontade de vencer as desigualdades e proteger seus filhos. A presidenta Dilma, pelo mesmo cumpriu cota colocou 9 mulheres (30%) como ministras. Aqui na Bahia, nós queremos mais, queremos ir além das cotas, queremos paridade para continuar votando e atuando de modo igual, nesta terra em que todo mundo é de Oxum. 

Mulheres baianas precisamos no unir e mudar de atitude, caso contrário serviremos apenas para os discursos de combate à pobreza e enfrentamento da violência e na hora do pensar as cabeças pensantes serão sempre masculinas e brancas? Ou melhor, cheias de cabelos brancos e nós cumpriremos apenas tarefas nos governos republicanos e democráticos deste nosso maravilhoso pais. 

Odara Limagojê