13 de agosto de 2011

Desigualdade racial na educação começa a diminuir, diz IBGE

(O Estado de S. Paulo) Os negros estão deixando para trás a herança de poucos anos de estudos de seus pais. Pesquisa sobre cor e raça feita pelo IBGE em cinco Estados e no Distrito Federal mostra que a distância entre a escolaridade de pais e filhos é maior entre negros e pardos que entre brancos. A desigualdade racial na educação, no entanto, persiste. Mesmo com o progresso em relação aos estudos dos pais, a diferença entre negros e brancos continua gritante. Menos de um em cada dez filhos negros entrevistados pelo IBGE (9,2%) completou o ensino médio. Entre os brancos, quase um em cada quatro (23%) tinha pelo menos 12 anos de estudos.

Em todas as raças, a  escolaridade dos filhos é muito maior que a dos pais em consequência da ampliação do acesso à escola dos anos 1990 em diante. Especialistas destacam que os avanços entre negros e pardos são maiores porque partiram de bases muito baixas.

A proporção de filhos negros com 12 anos ou mais de estudos (pelo menos ensino médio completo) é quatro vezes maior que das mães e três vezes maior que dos pais da mesma cor. No caso dos brancos, a proporção de filhos na faixa mais alta de escolaridade é três vezes maior que das mães e o dobro dos pais.
Segundo a pesquisa, apenas 2,8% dos pais negros tinham 12 anos ou mais de estudos, enquanto os pais brancos chegavam a 9,7%. Entre mães negras, somente 2,1% tinham o ensino médio completo, índice que chegava a 6,9% entre as mães brancas.
Leia a reportagem completa:
Desigualdade racial na educação do País persiste, mas começa a diminuir (O Estado de S. Paulo - 07/08/2011) Filhos recebem estímulo em casa para estudar mais (O Estado de S. Paulo - 07/08/2011)

 

3 de agosto de 2011

FEIRA DO EMPREENDEDOR 2011


Data: 04 a 08 de Outubro
Horário: 14h às 22h
Local: Centro de Convenções – Av. Simon Bolivar, s/nº - Jardim Armação
Salvador/BA

2 de agosto de 2011

Cinco anos da Lei Maria da Penha



pautaviol_esq(Patrícia Negrão/Agência Patrícia Galvão) Passados cinco anos da Lei Maria da Penha, a Agência Patrícia Galvão repercute com especialistas de diferentes áreas o impacto da Lei e o que ainda falta para que seja garantido efetivamente às mulheres brasileiras o direito a uma vida sem violência.

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Maria da Penha Maia Fernandes
, biofarmacêutica que deu nome à Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que coíbe e pune a violência doméstica contra as mulheres.APAVV – Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência
Fortaleza/CE
(85) 3265.1539 (APAVV) / 9977.7311 -
apavv@secrel.com.br
 
A Lei Maria da Penha precisa chegar a todo o país
“Apesar de a Lei Maria da Penha ser nova, já conseguiu dar visibilidade para a violência doméstica e quanto mais se torna conhecida, mais casos de mulheres que sofrem violência irão aparecer. Não só as que sofrem de violência física, mas também moral, psicológica e patrimonial. A partir da Lei, as pessoas passaram a identificar quando uma amiga, uma vizinha ou uma parente sofre algum tipo de violência.
Um problema grave da aplicação da Lei é que mulheres que moram nas pequenas cidades não têm aonde recorrer quando são agredidas. É preciso investimentos urgentes para interiorizar toda a rede de atenção à violência doméstica – delegacias, centros de apoios etc.
Nos pequenos municípios, os postos policiais devem ter atendimento especializado. A mulher precisa contar com uma equipe de assistente social e aconselhamento jurídico, para que a denúncia seja levada a sério e ela tenha força para ir adiante
A imprensa tem um papel fundamental em divulgar a Lei para que ela se torne mais conhecida e aplicada. Não só os jornais e os programas de rádio, mas também os programas infantis devem, de forma leve, mostrar para as crianças o que é a violência e orientá-las para pedir ajuda. Uma criança que vivencia um pai agredindo uma mãe também é uma vítima.”

anaflaviadoliveira
Ana Flávia Lucas D’Oliveira
, médica e pesquisadora
Docente do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP
São Paulo/SP
(11) 3061.7085 -
vawbr@usp.br
 

Área da Saúde precisa dar resposta à violência doméstica

“O problema da violência doméstica continua não sendo reconhecido no sistema de saúde. Apesar de a Lei Maria da Penha ter dado visibilidade à violência contra as mulheres, ainda há entre os profissionais de saúde a percepção errada de que isso é problema só da Justiça. Existe a ideia de que o “agressor agora vai preso”, embora nem sempre essa seja a punição necessária. Porém, a parte da Lei que detalha o trabalho em rede - e do qual o sistema de saúde deve estar incluído - não é conhecida pelo setor. Há, portanto, a banalidade por um lado – “o homem sempre vai preso” -  e a invisibilidade por outro.
É necessário a divulgação da Lei na sua completude, a capacitação dos médicos e enfermeiros, a supervisão e a educação continuada para que eles passem a reconhecer a violência doméstica e saibam lidar com o problema. Os médicos e enfermeiros estão treinados para enfrentar as questões patológicas, para muitos, a violência é considerada “extra” saúde.
É fundamental também que as vítimas contem com apoio psicológico na rede de saúde. É comum as mulheres agredidas sofrerem depressão – elas relatam que não conseguem dormir; que choram muito; que não tem iniciativa nem vontade para fazer suas atividades– mas a violência doméstica, que ela sofre muitas vezes há anos, não é trazida à tona, fica encoberta.”

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Maria Amélia Teles
, ativista de Direitos Humanos
coordenadora do Programa de Promotoras Legais Populares e da ONG União de Mulheres de São Paulo
São Paulo/SP
(11) 3106.2367 / 9601.4800 -  amelinhateles@globo.com

Fim da invisibilidade
“A Lei Maria da Penha tirou a violência contra a mulher da ‘invisibilidade’. Nunca se falou tanto sobre a violação dos direitos das mulheres como nestes últimos cinco anos.
Mas precisamos de políticas públicas e serviços que efetivem a Lei. A começar pela criação de mais juizados de vara doméstica e familiar que, se criados conforme previstos na Lei, com equipes multidisciplinar, irá ajudar a organizar e orientar os demais serviços e terá até um caráter preventivo. Em São Paulo, o estado mais populoso e mais rico da nação, há somente um juizado.”

robertoarriadalorea
Roberto Arriada Lorea
, juiz titular do Juizado de Violência Doméstica contra a Mulher de Porto Alegre (RS)
Porto Alegre/RS
(51) 3210.6719 / 9969.2129 - 
r.lorea@gmail.com

Agressor está ciente de que violência doméstica é crime

A Lei Maria da Penha provocou uma mudança no imaginário da população. Antes, era comum ouvirmos dos agressores: “Mas eu não sou bandido, sou honesto, trabalhador, não fiz nada”. Hoje, nós, promotores de justiça, percebemos que a população está assimilando que é crime bater na mulher.  Também há agressores, de acordo com depoimentos das vítimas, que dizem: “Não vou quebrar você toda por causa da Lei Maria da Penha”.