26 de novembro de 2014


25 de novembro de 2014

PRIMEIRO ENCONTRO PÚBLICO PARA O PRODUÇÃO E CONSTR...

Célia Sacramento : PRIMEIRO ENCONTRO PÚBLICO PARA O PRODUÇÃO E CONSTR...: Hoje realizamos o primeiro encontro público para a construção da Congresso Nacional de Ensino da História Afro-Brasileira e Indígena, que a...

VISITA AO OBSERVATÓRIO PERMANENTE DE COMBATE A DIS...

Célia Sacramento : VISITA AO OBSERVATÓRIO PERMANENTE DE COMBATE A DIS...: No dia da Consciência Negra estive com o nosso Prefeito ACM Neto avaliando os resultados do Observado no Carnaval de 2014, nas novas Instala...

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20 de novembro de 2014

(Luciana Araújo / Agência Patrícia Galvão) No Brasil, o dia 20 de novembro marca, além do Dia da Consciência Negra, o início das atividades dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O calendário, que internacionalmente tem início no 25 de novembro (Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher) e vai até o dia 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos), foi antecipado no País para resgatar o peso que o racismo estruturante e estrutural vigente em nossa sociedade tem na maior vulnerabilidade das mulheres negras à sistemática violação dos direitos humanos.
Desigualdades de gênero e raça em números
Conforme apontou o Informe Anual 2013-2014: O Enfrentamento da Violência contra as Mulheres na América Latina e no Caribe, publicado pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) no início deste mês, as violações à integridade física, moral ou psicológica da mulher não podem ser analisadas fora do contexto social. E todos os marcadores sociais, quando avaliados na perspectiva da mulher negra, mostram dados que contribuem para que essa parcela da população esteja mais suscetível à violência.
Estudo publicado em agosto deste ano pelo Laboratório de Análises Estatísticas, Econômicas e Sociais das Relações Sociais do Instituto de Economia da UERJ aponta que o rendimento médio das mulheres pretas e pardas chegava a ser até 140% menor que o de homens brancos no País (ver tabela abaixo).
rendimento-medio-negras_LAESER_jun2014
O relatório Estatísticas de Gênero: Uma análise dos resultados do Censo Demográfico de 2010, divulgado pelo IBGE em outubro deste ano, mostra que, embora as taxas de analfabetismo no Brasil tenham caído de forma mais intensa entre as mulheres pretas (36,2%), o percentual ainda é 2,3 vezes superior à taxa verificada entre as mulheres brancas.
As mulheres negras também são maioria entre os desempregados e subempregados, entre as vítimas de tráfico de pessoas e as vítimas de assassinato. Em recente entrevista ao jornal O Globo, o ginecologista Mario Giani Monteiro, do Instituto de Medicina Social da UERJ, declarou que mulheres negras têm 2,5 vezes mais riscos de morrer por complicações pós-aborto do que as brancas.
É preciso desconstruir o imaginário sobre as mulheres negras
A imagem da mulher na mídia também é sempre um tema polêmico, particularmente em razão da hipersexualização, objetificação e reforço de estereótipos subalternos, constantemente questionados por organizações feministas. No caso das mulheres negras, episódios como o da campanha publicitária da cerveja Devassa somam-se à invisibilização ou a reiteração de lugares marcados pelo preconceito, como no recentecaso do seriado ‘O Sexo e as Negas’, em exibição na Rede Globo de Televisão, que gerou protestos de dezenas de organizações e instituições.
A jornalista Rosane Borges falou à reportagem da Agência Patrícia Galvão sobre o significado simbólico do Dia da Consciência Negra, às vésperas da realização da Marcha das Mulheres Negras, que acontece em maio do ano que vem. Rosane coordenou o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e integra o comitê nacional de organização da Marcha.
“Este 20 de novembro tem um caráter especial por uma série de elementos. E, do ponto de vista da representação das mulheres negras, lamentavelmente, será lançada neste feriado uma corrente de artistas e personalidades em apoio ao seriado ‘O Sexo e as Negas’, mobilizada pela Rede Globo. Então, é importante pensar que, no contexto da construção da Marcha das Mulheres Negras pelo Fim do Racismo, do Sexismo e pelo Bem Viver, trazemos um conjunto de questionamentos que põem em xeque o imaginário que sustenta uma imagem distorcida da mulher negra. Quando falamos em sexismo e racismo, para além das questões materiais, das desigualdades no mercado de trabalho, das diferenças salariais, consideramos que, para as mulheres em geral e mais ainda para nós, mulheres negras, a questão do imaginário tem importância estratégica. Então, temos um 20 de novembro marcado por uma reatualização da agenda do movimento de mulheres negras e do movimento negro, com ênfases em algumas pautas, e a pauta relacionada à imagem, à visibilidade, vem hoje, de fato, como algo prioritário.  E, além das manifestações e passeatas, haverá iniciativas de mulheres negras em todo o País, em uma contraofensiva a essa imagem estereotipada que aparece na mídia”.
Resgatar o legado das mulheres negras para o Brasil 
O 20 de novembro também precisa ressignificar a contribuição das mulheres negras à história brasileira. Nas homenagens a Zumbi dos Palmares, o papel de Dandara e de Luiza Mahin na luta contra a escravatura deve ser resgatado com maior força. Assim como as contribuições de mulheres negras aos campos das artes, da política e das ciências, como no caso das escritoras Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo (que segue em atividade), da médica e militante comunista Maria Aragão, e da antropóloga feminista Lélia Gonzalez.
“Esse é um nó para pensarmos. A mulher no geral, mas a mulher negra em particular, foi vitimada pela cultura da invisibilidade. Esse é um dos efeitos mais perversos do racismo e do sexismo, porque afeta em grande parte as mulheres negras. Em toda a agenda do movimento negro, quando conseguimos romper algumas barreiras de invisibilidade e do silêncio que nos é imposto, essas barreiras são quebradas em favor de homens negros. Então, temos uma luta específica, dentro da grande luta geral contra o racismo, que é incidir sobre um problema que é estrutural e que atinge também o movimento feminista clássico, dito geral, porque a invisibilidade que as mulheres brancas denunciaram não traz em seu bojo a radicalidade do racismo. Então, do ponto de vista racial, é o homem negro que emerge e do ponto de vista do feminismo é a mulher branca que aparece. Há uma deficiência, e às vezes uma inoperância mesmo, das reivindicações no que diz respeito à presença da mulher negra. Por isso, a pauta do imaginário é muito importante, porque é ele que nos coloca absolutamente nas sombras”.
Rosane Borges destaca também a importância de iniciativas de resgate histórico das contribuições da mulher negra à sociedade brasileira. “Como diz [a filósofa e ativista] Sueli Carneiro, deve ser um trabalho de pesquisa e um esforço intelectual, não restrito à academia, que nem sempre é o lugar mais apropriado, para dar visibilidade ao esforço de feministas negras ou não feministas que trabalharam ou estão trabalhando com o legado das mulheres negras à nossa história. E isso é fundamental, porque o que não é visto, não é lembrado, inexiste. O sujeito mulher negra existe no imaginário dentro de uma lógica muito restrita, do trabalho subalternizado, da empregada doméstica; fora desses espaços a gente some. A reconstrução da memória é uma tarefa política, um desafio de extrema importância. O que significa o seriado ‘O Sexo e as Negas’? Que não há na produção da Rede Globo uma percepção de que, a despeito da nossa posição em espaços subalternizados, as mulheres negras têm uma história de luta e de inserção em outros espaços sociais. A repetição desses lugares subalternizados revela que o olhar sobre nós ainda é muito limitado, porque a nossa trajetória de participação no País, das mulheres que colaboraram para transformar o País, que pensaram a Nação brasileira, que lutaram pela democracia, some. E temos que resgatar esse legado na escravidão e no pós-escravidão”.
Ainda sobre o seriado, Rosane destaca que se trata de uma expressão do racismo institucional que existe no Brasil, levando à situação de que mesmo as ações que advogam a “exaltação” da mulher negra reforçam essa lógica. “Esse racismo, o sexismo e qualquer outra forma de discriminação são tão arraigados que não se consegue promover outros mecanismos para pensar o outro, a outra. Por exemplo, até mesmo nos cartazes produzidos pelos governos a gente só vê a mulher negra em ações de assistência social. E se é verdade que somos nós que precisamos majoritariamente dessas políticas, quando são ações positivas, fora da assistência social, a mulher negra não aparece ou é ‘embranquecida’. E o Estado brasileiro tem o dever de promover uma outra imagem na exata medida em que promove a inclusão desse sujeito nas políticas de assistência social. Porque a melhoria das condições materiais de um povo e de um grupo racialmente discriminado se dá juntamente com as imagens promovidas”. E Rosane lembra que a mídia, enquanto concessão pública, também tem essa responsabilidade.
As perspectivas para mudar o quadro de ausência de políticas públicas que assegurem real equidade nas condições de vida e respeito à cidadania da população negra não são muito animadoras diante do resultado eleitoral deste ano. Segundo dados da Câmara dos Deputados, 71% dos eleitos para aquela casa legislativa são homens brancos. As mulheres negras representam 2,2% dos 513 deputados. Os deputados autodeclarados negros somam 19% da Câmara. Em audiência pública realizada pela Comissão de Educação da Casa no último dia 18, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, abordou essa dificuldade.
http://agenciapatriciagalvao.org.br/racismo_/20-de-novembro-um-dia-para-lembrar-discriminacao-cotidiana-das-mulheres-negras/


14 de outubro de 2014

Mulheres do Calafate comemoram 22 anos de luta pelos Direitos das Mulheres, resistência e conquistas do Coletivo de Mulheres do Calafate, completados nos último dia 08.  Parabéns as mulheres.






O coletivo é uma organização comunitária feminista que realiza atividades para o fortalecimento da autoestima, autonomia e empoderamento das mulheres da comunidade do Calafate, na Bahia. 

O grupo tem como missão acabar com a violência contra as mulheres, no intuito de promover a saúde e os direitos humanos.
Palestras, oficinas, rodas de conversas e grupos focais de estudo são as metodologias utilizadas para levar informações à comunidade. Atualmente, o coletivo vem desenvolvendo o projeto Turismo Comunitário, que tem o objetivo desmistificar a imagem negativa da comunidade divulgada pela mídia tradicional.

O grupo articula-se para melhor intervir e propor políticas públicas de direitos das mulheres, atuando em conselhos, conferências, redes mistas - comportas por organizações governamentais e não governamentais (OGs e ONGs) -, e no movimento feminista.
Entre as organizações com as quais o coletivo se relaciona diretamente estão a Rede Social do Calafate; Rede de Atenção as Mulheres em Situação de Violência; e a Articulação de Mulheres Brasileiras, através da Articulação de Mulheres da Bahia. O grupo tem parceria ainda com o Gapa – Grupo de Apoio à Prevenção à Aids e com a Associação Estrela Brasil, na promoção de Tour Comunitários Sustentável e Solidários. Participa ainda de projetos de pesquisa e extensão da UFBA – Universidade Federal da Bahia, com enfoque na temática violência contra as mulheres e mediação de conflitos, e da UNEB – Universidade Estadual da Bahia, com enfoque no Turismo de Base Comunitária.





28 de julho de 2014

25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha

O Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, além de comemorar a resistência da mulher negra, oferece oportunidade para proposição de ações e discussões dentro e fora de movimentos da sociedade civil, a fim de alavancar o enfrentamento da combinação entre racismo e sexismo (duas formas de descriminação que comumente se desdobram em diversas modalidades de violência).

Em julho de 1992, mulheres negras de 70 países participaram do 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, em Santo Domingo, na República Dominicana. O último dia do evento, 25 de julho, foi marcado como o "Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe", para celebrar e refletir sobre o papel das mulheres negras nestes continentes. Mulheres que, mesmo donas de trajetórias diferentes, em diferentes realidades, compartilham batalhas pela própria sobrevivência, de suas famílias e de suas comunidades. Nesta peleja dificultada pelo racismo, elas ainda enfrentam o sexismo presente em inúmeras situações cotidianas e, a partir destas lutas, buscam transformar as sociedades em que vivem.
A criatividade para driblar diferentes formas de opressão nos remete à memória as guerreiras que, desde a escravidão, têm que recriar formas de resistência.

O trabalho braçal a que eram submetidas nas plantações do regime escravocrata, o sexo forçado, as torturas, usados como meio de manter a mulher escrava em "seu lugar" eram práticas reveladoras do peso do que significava ser mulher negra nas colônias. Inviabilizadas em muitas narrativas dominantes, quando não estereotipadas, as mulheres negras ainda lutam para tirar de seus ombros estigmas centenários.
No século XXI, suas vivências ainda permanecem marcadas por violências que combinam ao racismo, outras formas de discriminações: de gênero, de orientação sexual, de idade ou geração, de classe social, de ter ou não alguma deficiência, entre outras. Em determinados aspectos, a própria sociabilidade de muitas delas se dá violentamente ou em contextos de violência.

Em resposta à violência e à invisibilidade, estas mulheres desenvolveram uma feminilidade guerreira, uma possibilidade de ser mulher diferente da passividade que o pensamento hegemônico espera. Ao organizarem-se em nome das lutas pela transformação social, pelo fim do racismo, do sexismo, da lesbofobia e das diferentes formas de opressão, as mulheres negras denunciam a invisibilidade que as exclui e participam do cenário político de forma íntegra e resistente.
Fonte: Centro Feminista de Estudos e Assessoria - CFEMEA