22 de fevereiro de 2011

A cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas no Brasil



(O Estado de S. Paulo)  Apesar de chocante, o número vem caindo nos últimos anos - eram 8 há uma década. A projeção foi feita pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Sesc, na pesquisa "Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado".

Realizada em 25 Estados brasileiros, em agosto de 2010, a pesquisa ouviu 2.365 mulheres e 1.181 homens com mais de 15 anos sobre diversos temas e complementa estudo similar de 2001.
O estudo mostra que 8% dos homens admitem já ter agredido a companheira. "Os dados mostram que a violência contra a mulher não é um problema privado, de casal. É social e exige políticas públicas", diz Gustavo Venturi, professor da USP e supervisor da pesquisa.

"Para chegar à estimativa de mais de duas mulheres agredidas por minuto, os pesquisadores partiram da amostra para fazer uma projeção nacional. Concluíram que 7,2 milhões de mulheres com mais de 15 anos já sofreram agressões - 1,3 milhão nos 12 meses que antecederam a pesquisa. A pequena diminuição do número de mulheres agredidas entre 2001 e 2010 pode ser atribuída, em parte, à Lei Maria da Penha. 'A lei é uma expressão da crescente consciência do problema da violência contra as mulheres', afirma Venturi."
Entre os pesquisados, 85% conhecem a lei e 80% aprovam a nova legislação. Mesmo entre os 11% que a criticam, a principal ressalva é ao fato de que a lei é insuficiente, escreve a repórter Flávia Tavares, do Estadão.

Visão masculina
"O estudo traz também dados inéditos sobre o que os homens pensam sobre a violência contra as mulheres. Enquanto 8% admitem já ter batido em uma mulher, 48% dizem ter um amigo ou conhecido que fizeram o mesmo e 25% têm parentes que agridem as companheiras. 'Dá para deduzir que o número de homens que admitem agredir está subestimado. Afinal, metade conhece alguém que bate', avalia Venturi."

"Ainda assim, surpreende que 2% dos homens declarem que 'tem mulher que só aprende apanhando bastante'. Além disso, entre os 8% que assumem praticar a violência, 14% acreditam ter 'agido bem' e 15% declaram que bateriam de novo, o que indica um padrão de comportamento, não uma exceção."

Leia na íntegra: A cada 2 minutos, 5 mulheres espancadas (O Estado de S. Paulo - 21/02/2011)

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